PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA
O processo de ensino e aprendizagem em Geografia está diretamente ligado a prática docente e marcado pelo processo de reflexão e renovação de seus instrumentos e estratégias metodologicas.
Marcelo Azevedo Caetano e Gilson Almeida Vasconcelos
5/8/20248 min read


PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
O ensino e a aprendizagem estão ligados diretamente ao processo educacional onde os professores e os alunos são parte de um todo, De Freitas (2016), afirma que o aprendizado é o processo de assimilação do conhecimento, podendo existir somente quando o aluno através do professor, passa compreender, refletir e aplicar o conhecimento adquirido.
Em equivalência o mesmo autor, De Freitas (2016), também destaca que o ensinar, é o processo de fazer com que outras pessoas obtenham conhecimento, e para que este processo ocorra de maneira satisfatória, se faz necessário, que aquele que ensina utilize métodos e técnicas adequadas, fazendo do ensino uma ponte para o conhecimento, e não um obstáculo.
Já o professor tem como importante tarefa, segundo Moraes e Moura (2009), a organização do ensino, de forma a produzir o desenvolvimento da humanidade, permitindo aos alunos o compartilhamento dos significados de seus saberes anteriores no meio social, tarefa essa que de condições objetivas para a sua efetivação, necessitando de formação continuada, tendo como núcleo de seus estudos o processo de ensino e de aprendizagem.
Com isso, sem o ensino e a aprendizagem em consonância, seria impossível que a humanidade se desenvolvesse, pois mesmo quando ainda não estava bem estruturada, bem como a educação, as pessoas passavam seus conhecimentos e experiências umas às outras, o que também necessitava de domínio do ensino e da aprendizagem.
Para Rogalski (2010), o processo de ensino e aprendizagem requer um entendimento de que tanto o ensinar, quanto o aprender, não significam acumular informações memorizadas, mas fazer com que o aluno, busque novas alternativas de aprendizado, conduzi-lo a fazer escolhas frente as novas situações apresentadas.
Com isso, é impossível desassociar o ensino e a aprendizagem, bem como não podemos dizer que esse processo ocorra sem levar em consideração a realidade existente em cada localidade, como é destacado por Brait et al. (2010), confirmando que a aprendizagem acontece quando a diversidade de informações, são colocadas aos alunos de forma acessível.
Diante dessa perspectiva, podemos também destacar que a utilização tecnológica nesse processo, onde o ensino e a realidade andam juntos, é de vital importância, pois esta já faz parte da realidade do aluno, mesmo que ainda não exista uma inclusão digital em sua plenitude.
Com isso, Silva e Correia (2014), destacam que o processo de ensino e aprendizagem, quando pensado no século atual, sem a utilização de instrumentos tecnológicos, tem mesmo grau de inferência de deixar de acompanhar a evolução que está na essência da humanidade.
De Oliveira et al (2019) trata o ensino e aprendizagem, como sendo uma relação existente entre o professor e o aluno, como sendo o meio didático-pedagógico é a concepção existente entre a educação e o ensino, uma postura docente no cotidiano da sala de aula, são determinantes para a construção do conhecimento do alunado.
Diante dessa perspectiva, Prensky (2001), destaca que os discentes de hoje, estão envoltos dos mais diversos tipos de tecnologias existentes na atualidade, o que os leva a ter uma aprendizagem mais acelerada que as gerações anteriores. Com isso, é essencial que os professores adaptem seus estilos de ensino, para que a aprendizagem seja mais significativa.
Rosa e Santos (2016), afirmam que para que exista um ensino e uma aprendizagem significativa nessa geração, se faz necessário que o professor faça uso de recursos que estão disponíveis aos mesmos, e que leve um ensino e aprendizagem de forma significativa aos alunos.
Vale ressaltar, que um ensino e aprendizagem de qualidade, mesmo com o domínio do conhecimento, por parte do professor, e da utilização de tecnologias, requer um bom planejamento, e mesmo hoje em dia, como afirmam De Goés e De Camargo (2012), muitos educadores ainda subestimam esse processo, o que torna o processo de ensino e aprendizagem, um mero repasse de informações sem significados.
É preciso destacar também, segundo Brait et al. (2010), que não se pode pensar no processo de ensino e aprendizagem, quando também se pensa na elitização do conhecimento científico, é importante destacar que o papel social da educação deve ser construído na relação entre o professor e o aluno.
O conhecimento deve ser livre e participativo, pensar em ensinar Geografia sem levar em consideração a realidade dos educandos, sem fazê-lo sentir-se parte do conteúdo, é o mesmo que desconsiderar os conhecimentos prévios dos mesmos.
Diante disso, tem-se a disciplina na qual é o foco de discussão neste trabalho, que é a Geografia, e as geotecnologias aplicada ao processo de ensino e aprendizagem desta, mais precisamente o Google Earth, que pode ser utilizado como ferramenta metodológica para a construção de um conhecimento digno e voltado a realidade em que os alunos estão inseridos.
Processo de Ensino e Aprendizagem na Geografia
É de entendimento de muitos, na comunidade acadêmica, que o processo de ensino e de aprendizagem da geografia, em muitos casos, tem se mantido o mesmo durante muitas gerações, sendo destacado como obsoleto por muitos estudiosos. De Oliveira (2008), destaca que em muitos casos, o ensino da Geografia, ainda se reduz somente à memorização, sem levar em consideração as referências socioespaciais.
A prática docente deve ser marcada pelo processo de reflexão e renovação de seus instrumentos e estratégias metodológicas, buscando-se melhorar o sistema de ensino contemporâneo, que tem apresentado fragilidades multifatoriais, como por exemplo, o insucesso de algumas posturas didáticas tradicionais, sendo estas identificadas e discutidas cotidianamente no âmbito escolar (ALVES; PEREIRA; CABRAL. 2013, p. 418).
Os autores descrevem que o processo de ensino e aprendizagem da Geografia, é feita não somente do repasse do conteúdo, mas na reflexão, e nas estratégias metodológicas, como na busca por metodologias que visem a assimilação do mundo, dando aos alunos oportunidade de contribuir na construção da sociedade em que está inserido.
Para Pinheiro, Santos e Ribeiro Filho (2013), o ensinar Geografia não implica apenas no seu papel como disciplina escolar, mas no seu alcance social como ciência na compreensão da realidade espacial. O professor de Geografia, deve estar comprometido com uma educação significativa, que proporcione a instrumentalização dos alunos na análise do espaço ao qual estão inseridos, encontrando ferramentas metodológicas que façam a mediação entre o aluno e o espaço geográfico.
Diante disso, a formação de professores tem papel importante para a construção desse processo, De Oliveira et al (2019), asseguram que é nesse momento, na formação de professores, que se pode assimilar as fragilidades que tornam a atuação docente ineficazes.
Dessa forma, o ensino deve ser um processo de relação mutua entre professor e aluno, caracterizado pela busca interativa de novas formas de aprendizagem que ajudem a tornar a sala de aula um ambiente onde o educando sinta o prazer de estudar, ao mesmo tempo em que seja incentivado à pesquisa, tornando-o dessa forma um investigador na busca conjunta pelo conhecimento (DA SILVA; MUNIZ. 2012, p. 64).
Com isso, muito se tem pensado, na atualidade, sobre reformulações do processo de ensino e aprendizagem da Geografia, através da utilização de metodologias ativas, e de recursos tecnológicos, além de levar em consideração as vivências e conhecimentos de mundo dos educandos, e a realidade dos mesmos.
Para Rosa e Santos (2016), pensar em uma proposta de trabalho escolar, no ensino de Geografia, que leve os alunos a compreenderem o meio em que vivem, se faz necessário que o professor se utiliza de metodologias, em que juntamente com a prática do uso de tecnologias, podem promover uma aprendizagem mais significativa para todos, pois a utilização dessas novas ferramentas tecnológicas integradas ao conteúdo, é a maneira com que o professor vai se aproximar da geração que hoje estão imersas desde os primeiros momentos de suas vidas a uma gama de tecnologias.
Diante dessa perspectiva, Lima e Da Costa (2012), destaca que os alunos, mediante observação do meio que o cerca, deve ter a oportunidade de contribuir na formação de ideias, conceitos e categorias que lhe permitam entender profundamente a realidade a sua volta.
Os alunos devem adquirir através do processo de ensino e aprendizagem da Geografia, o entendimento da chamada realidade geográfica, que para Stefanello (2009), requer o envolvimento deste por meio das várias categorias de sua vida, de modo que, mesmo que ele venha a esquecer um dia, ela ainda vai estar intrínseca e pronta a despertar.
Com essa concepção, Pimentel et al. (2019), compreende que com as necessidades existentes no espaço, educadores e a educação como um todo, tem como responsabilidade trabalhar os conteúdos através de metodologias inovadoras, sempre os relacionando com a realidade local, para que com isso, exista uma melhor assimilação do conteúdo por parte do aluno.
Tendo em vista que os alunos da atualidade têm contato constante com tecnologias, quando o processo de ensino e aprendizagem da geografia se distancia dessa realidade, como afirma da Penha e de Melo (2016), não se tem proveito do fascínio pré-existente ou mesmo a própria exploração do potencial de domínio dos alunos com essas ferramentas, o que torna o ensino da Geografia obsoleto nos dias atuais.
REFERÊNCIAS
ALVES, Telma Lucia Bezerra; PEREIRA, Suellen Silva; CABRAL, Laíse Do Nascimento. A utilização de charges e tiras humorísticas como recurso didático-pedagógico mobilizador no processo de ensino-aprendizagem da Geografia. Educação UFSM, v. 38, n. 02, p. 417-433, 2013.
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