O Uso do Google Earth no Ensino de Geografia: Uma Revolução Tecnológica

O uso da tecnologia na Educação pode sinalizar novos encaminhamentos e posturas docentes e discentes, atendendo tanto exigências de caráter pedagógico, como condições técnicas e financeiras de diversas realidades educacionais. Este processo provoca, sobretudo, a reavaliação de inúmeras metodologias que podem transformar a prática educativa em atividades fortemente interativas e de cunho investigativo, afastando-se da mera apresentação de conteúdos simplesmente empregando um meio diferente (PEREIRA; ARAÚJO. 2020, p. 4).

Gilson Almeida Vasconcelos e Marcelo Azevedo Caetano

12/5/202519 min read

TECNOLOGIAS APLICADAS AO ENSINO

A humanidade tem passado por profundas transformações, principalmente no que diz respeito às tecnologias, que durante os anos tem moldado e transformado o estilo de vida, a forma de pensar, falar e até mesmo de aprender.

A humanidade evoluiu e isso não ocorreu sem a devida notoriedade nas mais variadas áreas de seu desenvolvimento, seja em culturas, conceitos, porém, mais ainda, no que se refere ao surgimento e a utilização de novas tecnologias, de mecanismos que cada dia mais estão incutidos nas necessidades básicas de sobrevivência (BARBIERI. 2018, p. 10).

Segundo Da Silva Alves e Sousa (2016), nos primórdios da sociedade, o homem vem sendo afetado pela tecnologia, desde as primeiras ferramentas, até os mais avançados computadores, todos esses aparatos trouxeram profundas mudanças tanto sociais quanto culturais, criando novas formas de interação humana, ajudando completando e ampliando a percepção humana.

A cada dia, as tecnologias se afirmam nos diversos segmentos sociais, induzindo pesquisadores a considerar a proliferação de computadores e de toda uma postura baseada na cultura da informática como pressuposto para a identificação de um novo modelo de sociedade, definida como digital (DA SILVA; SERAFIN. 2016, p. 71).

Quando nos voltamos para a educação, os avanços tecnológicos são de ainda mais significativos, não somente, por ainda vivermos em um mundo sem uma inclusão digital plena, mas por termos inúmeros avanços científicos que estão diretamente vinculados ao processo tecnológico.

Para Bezerra, Sousa e Silva (2015), “nos últimos anos houve um aumento das influencias exercidas pelas tecnologias de informação e comunicação, que sobrevieram a todos os setores, principalmente sobre a educação”.

Com os avanços das tecnologias aplicadas na educação, as aulas podem tornar-se mais dinâmicas e instigantes. Assim, estas tecnologias podem ser utilizadas para auxiliar na compreensão e tornar mais abrangentes os temas que são abordados em sala de aula (COSTA et al, 2016, p. 1321).

Os recursos tecnológicos, são essenciais para uma aula dinâmica e interativa, que instigue o aluno a pesquisar, a participar, e interagir. Mesmo que muitos professores ainda não tenham domínio completo de todas as ferramentas existentes, fazer uso de pelo menos uma é o que faz o diferencial no processo de ensino e aprendizagem.

O uso da tecnologia na Educação pode sinalizar novos encaminhamentos e posturas docentes e discentes, atendendo tanto exigências de caráter pedagógico, como condições técnicas e financeiras de diversas realidades educacionais. Este processo provoca, sobretudo, a reavaliação de inúmeras metodologias que podem transformar a prática educativa em atividades fortemente interativas e de cunho investigativo, afastando-se da mera apresentação de conteúdos simplesmente empregando um meio diferente (PEREIRA; ARAÚJO. 2020, p. 4).

Com isso, é de grande relevância que os entes governamentais estimulem ou promovam cada vez mais a qualificação de professores nas tecnologias, e que ocorram cada vez mais formações continuadas, com oficinas voltadas a utilização de recursos tecnológicos.

Nesse sentido, alguns dos fundamentos teóricos centrais sobre formação de professores em novas tecnologias na educação, apresentados neste artigo, se filiam à perspectiva da teoria crítica e ao princípio freireano da ação-reflexão-ação, tomados como pressupostos que facilitam a efetivação das práxis pedagógicas de forma transformadora (MEDEIROS; BEZERRA. 2016, p. 20).

Alinhar tecnologias aos conteúdos pedagógicos, tornou-se um desafio e uma necessidade para professores por exigir deles planejamento prévio (PACHECO; PINTO e PETROSKI, 2017), para muitos professores torna-se um fardo o fato de ter que sair de suas zonas de conforto para trazer aos seus discentes uma aula inovadora e instigante.

É preciso entender que a era tecnológica exige que profissionais mais dedicados, que não medem esforços para levar aos seus alunados uma aula prazerosa e inovadora, principalmente no que se refere ao ensino de Geografia, como afirma Bezerra, Sousa e Silva (2015), “o ensino de Geografia não deve se limitar às páginas dos livros didáticos e que as tecnologias de informação e comunicação podem ser usadas como ferramentas didáticas no processo de ensino/aprendizagem dessa disciplina”.

Para Rosa e Santos (2016), “Fazer o uso dos recursos disponíveis para essa nova geração que já nasceu submersa nessas tecnologias pode trazer mais resultados e ser bem eficiente”. Esse simples ato torna a aula atrativa de Geografia, diversificada, simples, e mais desperta o interesse pelo conteúdo estudado.

O cenário tecnológico atual abriu portas para as inovações nos meios educacionais, levando as instituições buscarem novos meios de tornar o ensino para seus alunos atraente e revolucionário.

Para esses autores a escola por ser uma instituição que faz parte do processo histórico da sociedade não pode se dissociar dessas tecnologias, precisa então pensar em alternativas de metodologias que coloquem as tecnologias no processo de ensino/aprendizagem (BEZERRA; SOUSA E SILVA, 2015).

Diante disso, Sousa (2018), defende que as tecnologias não só auxiliam no conteúdo ministrado pelo professor, como tornam a aula dinâmica e atrativa, levando os alunos à compreensão do espaço geográfico, o que contribui para um melhor aprendizado, e a qualidade do ensino.

Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Geografia

Nas últimas décadas, com o grande avanço tecnológico que tomou conta da humanidade, principalmente no que se refere a educação, tem trazidos benefícios impares em diversas áreas, não ficando de fora a Geografia, que foi a que teve avanços ainda mais significativos, como é destacado por Richter; Sousa e Seabra, em sua afirmação:

Os recentes avanços científicos vividos no campo das geotecnologias vêm trazendo outra vez à tona a discussão do uso das representações gráficas para o ensino de geografia. Isto porque o crescente avanço na disponibilização de imagens de sensoriamento remoto, e de softwares que lidam com a manipulação de dados espaciais, vem oferecendo um novo modelo de representação da realidade terrestre, ou seja, um novo instrumento de leitura do espaço geográfico (RICHTER; SOUSA; SEABRA. 2012, p. 72).

O uso de tecnologias como ferramentas no processo de ensino da Geografia, deveriam fazer parte do dia a dia dos conteúdos ensinados nas escolas de qualquer lugar, onde os alunos são atraídos de forma dinâmica e diversificada.

Atualmente, ferramentas eletrônicas cada vez mais avançadas já não podem ser consideradas algo distante da realidade de cada pessoa e, de forma ainda mais específica, crianças, adolescentes e jovens incluíram essas tecnologias no seu dia a dia, ao passo que não poderia a educação se tornar sua inimiga apenas porque talvez com uma maior praticidade os computadores, tablets e smartphones tem, a cada dia mais, substituído os livros impressos (BARBIERI. 2018, p. 16).

Para Siqueira e Deus (2018) as tecnologias em sala de aula geram perspectivas para o processo de ensino e aprendizagem em Geografia, gerando assim a possibilidade de romper o tradicionalismo que cerca a disciplina, além de mostrar aplicabilidade da disciplina no dia-a-dia do aluno.

Considerando também como meta e objetivo mostrar as possibilidades de usos de novos e diferentes métodos que possam diversificar as metodologias de ensino para que essas possam colaborar com o ensino da Geografia na busca cada vez mais pelo entendimento e compreensão do espaço geográfico, através do uso dos recursos tecnológicos, por exemplo, melhorando a qualidade do ensino e favorecendo assim uma aprendizagem mais significativa do alunado no ensino fundamental (SOUSA. 2018, p. 5).

Sabendo disso, Costa et al. (2020) descreve que é necessário que haja a utilização de tecnologias que visem auxiliar ao professor no ensino da orientação e localização no espaço geográfico, além disso o autor destaca a utilidade de alguns aparatos tecnológicos no desenvolvimento educacional, que podem levar ao aluno de Geografia a se tornar uma pessoa crítica e atuante.

Uma boa ferramenta que pode ser utilizada da forma que os autores destacam, é o Google Earth, pois este permite a visualização e estudo da crosta terrestre, além de permitir estudos variados da localização no espaço, o que permite que o aluno destaque diferenciações do seu local de vivência.

Banhara (2014), é muito ligada com as tecnologias existentes em sua geração, o que faz com que os mesmos, aprendam com a utilização desses recursos, o que não é fácil para o professor, pois animar o ensino, principalmente o de Geografia, requer domínio proeminente dessas ferramentas, pois se assim o fora, os alunos verão que a vida não para na porta da sala de aula.

No campo do ensino da geografia a interação existente entre tecnologias e educação, na verdade é praticamente impossível não associar os mecanismos atualmente existentes a sua utilização nessa disciplina. Isso se deve ao fato de que em questão de segundos pode-se – ao toque de um dedo – visualizar mapas, imagens de satélite, pode-se estar em outros países sem sequer sair da sala de aula, em decorrência das ferramentas tecnológicas para tal (BARBIERI. 2018, p. 20).

Calado (2012), afirma que o ensino da Geografia, precisa ser associada com recursos didáticos e tecnológicos, principalmente nas series de 5º a 8º ano, pois esses recursos são fundamentais no desenvolvimento do senso de localização e também na compreensão do mundo em que estão inseridos.

O ensino de Geografia, por muitos anos, ficou vinculada em apenas ler e escrever ao que estavam nos livros, além de desenhar e copiar os mapas em cartolinas, desassociada inteiramente da realidade em que estava o aluno, o que a tornava insalubre para o estudante, que a via como sendo apenas uma matéria de decoreba.

Correia, Fernandes e Paini (2010) destaca que as tecnologias não devem ser inseridas no ensino da Geografia como um fim, acabado, imposto e inalterável, mas como um meio que visa desvendar incrementar, analisar e vivenciar a realidade do mundo que seus alunos, buscando despertar o interesse pelo conteúdo.

De qualquer modo, para que o professor de geografia compra melhor papel que lhe cabe no ambiente escolar tradicional, ele deve se qualificar, concentrando-se em explorar todas as ferramentas que lhe são oferecidas de forma assertiva, possibilitando que o ensino saber geográfico ocorra do melhor modo com bastante frequência. Uma tarefa válida, mas repleta de obstáculos mais ou menos graves que lhe permeiam e que podem ser vencidos com certa celeridade, desde que exista interesse real para tanto (MOURA. 2022, p. 67).

Para da Penha e de Melo (2016), os professores de Geografia da atualidade, precisam entender que as novas tecnologias quando vinculadas ao ensino da Geografia, podem de forma direta, auxiliar na prática pedagógica, o que pode despertar o interesse e a criatividade dos alunos quanto aos conteúdos estudados, e dessa forma contribui na construção do conhecimento em meio a cooperação o que torna a aprendizagem ainda mais significativa.

Diante dessa perspectiva, as ferramentas tecnológicas quando trabalhadas mediante a realidade do aluno, mostrando sua cidade, seu bairro, pode leva-lo a ter uma nova visão sobre a sua localidade, tornando-o ativo, atuante na sociedade em que está inserido, transformando a criticidade do discente.

O Google Earth

Desenvolvido pela Keyhole, empresa pioneira no desenvolvimento de softwares voltados para visualização de dados Geoespaciais. A aplicação até então chamada apenas de Earth Viewer, foi vendida no ano de 2004 a empresa estadunidense multinacional Google. Após adquirido, foi batizado como Google Earth e disponibilizado para uso pessoal no ano de 2015, com versões web e computador. Inclusive, existem aplicações similares como Microsoft Bing Maps e Earth Explorer, no entanto são poucos utilizados, pois não apresentam a praticidade, potencialidade e a popularidade do Google Earth (PIRES; PEREIRA; PIPITONE, 2016).

O Google Earth, é um software gratuito, para uso em computadores, desenvolvido pela empresa estadunidense Google, possui fácil instalação e uso, que possibilita apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, apresenta ferramentas de fácil manuseio, e disponibiliza imagens de satélites de alta resolução que fornece a representação da superfície terrestre através de uma escala simulada de determinadas imagens, a fim de serem usadas para observar elementos geográficos, constituintes de paisagem, como as áreas urbanas, as áreas agrícolas, a estrutura viária, a hidrografia e a vegetação, propiciando também a comparação desses elementos geográficos nas diferentes escalas, apresentando-se como uma ótima ferramenta para tornar a aula bem mais dinâmica e incrementar no aprendizado dos estudantes na disciplina de Geografia (SOUSA. 2018, p. 3).

Dentre os recursos mais utilizados destacam-se:

  • Street Viewer: Segundo Soares (2011), é um serviço de mapeamento fotográfico de diversas localidades oferecendo uma visualização panorâmica de 360º horizontal e 290º na vertical, o que permite ao usuário conhecer pontos turísticos, museus e galerias de praticamente todo o mundo.

  • Timelapse: Este recurso permite a visualização de diferentes áreas, a partir de imagens de satélite, utilizando base de dados temporais, possibilitando a observação das mudanças na paisagem e da dinâmica temporal da localidade escolhida (PETSCH; VELHO; DA ROSA, 2019).

  • Perfil de Elevação: Esta é umas das funcionalidades que está disponível apenas na versão para computador. Ela permite ao usuário gerar e visualizar perfis de elevação de um determinado local, o que torna uma excelente ferramenta para visualização de altitudes de relevo.

  • Régua: Ribeiro, Cruz, Santos (2022), dizem que este recurso pode ser usado para realizar medições em centímetros, metros, quilômetros, milhas. Inclusive, possibilita a medição de fenômenos ambientais, como, por exemplo, de processos erosivos aparentes. Esta função, presente em todas versões do programa, permite ao usuário mesurar distâncias entre dois pontos, criar polígonos no globo terrestre, com suas respectivas proporções com área e perímetro em diferentes unidades de medidas.

  • Imagens 3D: Além de exibir imagens em duas dimensões (2D), o Google Earth permite a visualização de objetos em três dimensões (3D) de praticamente todo o mundo. Este recurso torna a visualização dos locais mais realista, pois possibilita ao usuário a interação com as imagens de diversos monumentos, ruas, edifícios, etc. Ressalta-se, que a imagens podem apresentar inconsistências, poucos detalhes e até mesmo lentidão no sistema durante sua utilização, porém nada que possa dificultar a experiência do usuário.

  • Modo viajante: Se tratando de educação, este recurso é um dos mais utilizados, pois disponibiliza para todos os usuários a exploração de guias temáticos interativos com os seguintes recursos: Natureza, Jogos, Camadas, Street View, Cultura, Viagens e Educação. (SCHMITZ, 2020), destaca, que é possível através de destes recursos mostrar inúmeras pesquisas com imagens e mapas de diferentes áreas de grande parte do mundo. Já (PINHEIRO; SANTOS; PINHEIRO FILHO, 2013), ressalta, que o modo Viajante é um espaço de produção e divulgação de conteúdo, que possibilita o usuário visitar locais pré-mapeados por percursos de leitura temáticos. Em entrevista ao jornal The New York Times, a diretora do Google Earth, Rebecca Moore diz que: “o que queremos fazer é inspirar as pessoas a explorar o mundo por meio dessa experiência educacional interativa”

Espera-se que a Geografia na sala de aula, ofereça ao aluno algumas habilidades necessárias para a leitura e compreensão dessas paisagens, como observar, descrever, comparar, e relacionar, entre outras. As formas como o aluno articulam essas habilidades são denominadas competências, como o domínio de múltiplas linguagens, compreensão e interpretação de fenômenos e solução de problemas entre outras, e são fundamentais para a alfabetização cartográfica (BREDA; PICANÇO. 2013, p. 2).

Nesse sentido, percebe-se que o Google Earth é uma ferramenta que engloba uma variedade de recursos de grande relevância, que podem ser utilizadas nas mais diversas áreas de ensino, bem como no ensino de Geografia.

Uma vez que esta ferramenta, se apresenta como uma representação da superfície, podendo ser utilizada como mapa ou carta, além de se valer de símbolos que transmitem informações, como na cartografia, podendo então ser usada no ensino da cartografia escolar, pois como afirma, Francischett (2004), a escola deve criar oportunidade para que os alunos construam conhecimentos cartográficos adequados, tanto como pessoas que representam o cotidiano, quanto como leitoras das informações expressas nelas.

Para Nascimento e Ludwig (2015), o ensino da cartografia e de seus diversos produtos, tais como: mapas, plantas, globos, croquis, imagens de satélites, maquetes, entre outros, contribui de diversas maneiras para o ensino, pois este possibilita a visualização e a análise de diferentes recortes do espaço e na escala que convém para o tema estudado.

O Google Earth como Ferramenta de Ensino da Geografia

Os mais variados recursos do Google Earth, possibilitam estudos de diferentes lugares, e as mais variadas formas de representação da superfície terrestre, com diversas perspectivas, são de grande relevância no setor educacional, principalmente para o ensino da Geografia.

O Google Earth é uma importante ferramenta gratuita que possibilita a visualização de qualquer local da terra, utilizando imagens tridimensionais do terreno. Este instrumento torna possível o trabalho nos mais variados temas e escalas em uma perspectiva multitemporal. Este recurso torna as aulas mais agradáveis, além de perpassar por diversas disciplinas de uma forma integradora e dinâmica (MARTINS; SEABRA; CARVALHO, 2013).

Os produtos de sensoriamento remoto, sobretudo as imagens de satélite, se configuram como os recursos geotecnológicos com maior potencial para o ensino de geografia, já que podem ser utilizados como novas alternativas de representações da superfície terrestre. O uso destes recursos vem sendo cada vez mais impulsionado pelo desenvolvimento de um número cada vez maior de softwares e aplicativos voltados para cartografia e geoprocessamento, sendo muitas vezes disponibilizados gratuitamente na rede mundial de computadores. Estas ferramentas oferecem ao usuário a oportunidade de criar as suas próprias representações espaciais, atendendo a diferentes temáticas e escalas de análise (MARTINS; SEABRA; CARVALHO. 2013, p. 2658).

Diante da importância dessas tecnologias para melhoria da qualidade educacional geográfica, é que se propõe a utilização do Google Earth, como ferramenta de auxílio no processo de ensino e aprendizagem do ensino da Geografia. Como destacado pelos autores, pois esse é um recurso tecnológico com grande potencial para o ensino dessa disciplina.

É de extrema importância trabalhar os meios didáticos na perspectiva de estabelecer um diálogo na relação educador/educando, dando novos rumos ao ensino aprendizagem da Geografia, porém é necessário compreender que o objetivo ao se utilizar um recurso didático não é somente o novo, mas buscar metodologias que permitam uma abordagem mais lúdica referente ao conteúdo da disciplina (DA SILVA; MUNIZ. 2012, p. 64).

Essa ferramenta, é um grande aparato tecnológico, que pode ser usado em diferentes situações dentro do ensino da Geografia, podendo levar os alunos a lugares distintos do mundo, a terem uma visão holística sobre o seu local de vivência, a ter conhecimento da realidade em que este está inserido. Além de fazer análises em díspares escalas de diversos lugares.

Um software que foi desenvolvido e distribuído pelo Google, cuja função é apresentar um modelo tridimensional da superfície terrestre (Sic) construído a partir de imagens de satélites obtidas em fontes diversas. Outros recursos, também encontradas na Internet, como vídeos, imagens, desenhos e gráficos, auxiliaram no processo (BONINI. 2009, p. 14).

Diante disso, se vê então a grande importância que teria a utilização do Google Earth em sala de aula, principalmente no que se refere ao ensino da Geografia, por trazer grandes transformações e uma visão diferenciada do mundo que rodeia os discentes.

Para da Penha e de Melo (2016), quando o professor faz uso do Google Earth, mostrando para seus alunos através dessa tecnologia, a escola por exemplo, responde a questionamentos, tal como, o de tornar a escola um “lugar” para o seu alunado, fazendo-o sentir-se parte da sociedade que o cerca, tornando-o um ser atuante a conhecedor da sua própria realidade.

Quando se utiliza de recursos tecnológicos, como é o caso do Google Earth, o aluno vê sua realidade, estuda o que é palpável para ele, ao que está sempre sendo parte de sua vivência, de sua história, o ensino passa a ter significado, não sendo apenas mais uma parte a se decorar, mas sendo verdadeiramente inserida ao aluno como parte de sua vida.

Se nos apropriarmos das palavras de Oliveira e Kunz (2014), a utilização do Google Earth, pode trazer estímulos na aprendizagem no ensino da Geografia, pois desperta o protagonismo dos alunos, relacionando os conteúdos da Geografia com as interconexões escalares do mundo com o cotidiano do aluno e da escola.

Quando o aluno vê sua realidade sendo estudada, passa a ter mais interesse no que está sendo estudado, não somente isso, mas a compartilhar suas experiências, pois ele é quem mais do que ninguém conhece aquela realidade, sabe do passado e do desenvolvimento do mesmo, e tem autoridade para destacar suas informações para a turma, se tornando assim, protagonista do ensino.

O Google Earth, proporciona ao aluno uma viagem a diversas partes da terra, mostrando a estes realidades e variedade culturais, ambientais e econômicas através do recorte paisagístico, e com a utilização de imagens de satélite e tridimensionais, Trovo (2008), enfatiza que a imagem traz para o aluno uma série de relações que podem ser feitas através das experiências de vida que foram acumuladas na mente.

Quando o professor mostra diferentes lugares aos alunos, este tem a oportunidade de fazer uma reflexão sobre as diferentes civilizações, além das diferentes realidades existentes, e culturas o que vai fazê-lo expandir seus horizontes sobre o mundo que o rodeia, levando a uma visão holística sobre o que está próximo.

Essa condição é apresentada também por Da Silva e Carneiro (2012), quando destacam que o Google Earth, tem potencial educacional, podendo ser utilizado nas mais diversas disciplinas, principalmente na Geografia, permitindo que os alunos conheçam sua aplicabilidade, história e evolução, pois abrem possibilidade de análise do espaço de maneira singular, através de imagens de diferentes lugares, de forma única e diferenciada.

Neste viés, como afirma Silva e Albuquerque (2020), a ferramenta Google Earth torna-se um importante instrumento de auxílio na aprendizagem de forma inovadora, reduzindo o tradicionalismo do ensino, bem como auxiliando nas ilustrações de conceitos importantes da Geografia.

Nessa concepção, o Google Earth é uma ferramenta que auxilia diretamente ao professor de Geografia, pois permite a este que faça dessa ferramenta um instrumento de analise paisagística e de recortes geográficos e temporais.

Referências

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